segunda-feira, 17 de junho de 2013

Jesus também dançou (sobre a Dança Espírita)

Outro dia li uma carta enviada às lideranças de algumas instituições do movimento espírita sobre a utilização da dança no contexto das atividades espíritas (Confira clicando aqui).

Gostei muito do que li, pela ponderação firme, certeira, equilibrada, fundamentada e direcionada ao entendimento. E senti que, dentre os que entendem que a dança não é adequada, certamente há pessoas bem intencionadas, mas que talvez não tenham refletido suficientemente sobre o tema.

E comecei a pensar mais sobre o assunto.

Sempre me coloquei no grupo daqueles que não sabem dançar. Em festas, nunca fui capaz de levantar e investir, dessa maneira, as minhas energias.

Pensando, porém, percebi que estava enganado. Por que, afinal, o que é a dança?

Dançar é movimento. Ritmo, pulsação, vibração, sentimento. Tudo – qualquer coisa mesmo – transmudado em movimento.

Então, me lembrei que danço quando bato o pé. Danço com a boca, quando canto. Danço com os olhos, quando admiro o céu. Danço o tempo todo.

Muito mais.

Em mim, agora mesmo, todos os elétrons se movem em torno de seus núcleos. É incrível: eles são quase inúmeros, mas não erram o seu balé. Cada um tem uma função e todos as desempenham harmoniosamente. Todos estão em constante, rápido e inacreditável movimento, e não é qualquer movimento, é belo, tem um objetivo e se completa em ciclos lindos, que servem para me manter "vivo". Vai ainda além: todas as partículas subatômicas que nos compõe vibram o tempo todo. Sempre harmoniosamente.

É uma dança divina...

Então, entendi que dancei o tempo todo. Desde que era apenas parte de um gameta. Dancei muito antes, porque meu espírito, ainda duro, nunca esteve isento da matéria. Mais ainda: meu espírito mesmo, por si só, é vibração. É dança.

O Universo é uma imponderável dança...

E foi assim que concluí que Jesus também dançou. A mais bela das danças. Porque sua passagem pela Terra fez ordenar as forças que regem este mundo, organizou as aspirações dos que o compreenderam e lançou a semente de muitas outras danças. Porque, sem nos movimentarmos, não chegaremos a lugar algum na senda evolutiva. E movimento é dança. Tudo é.

Jesus não andou sobre as águas: dançou. Porque só a harmonia e a leveza podem explicar esse fenômeno tão belo, que serve para nos mostrar o quanto podemos mais quando acreditamos, sentimos e direcionamos para o bem o nosso coração.

Afinal, "a vida é movimento". E é assim que dançamos. Dançamos todos. Uns bem, é verdade. Outros, como eu.

Ontem, sentado no auditório da Comunhão Espírita de Brasília, assisti pela primeira vez ao vivo um espetáculo de dança espírita. Foram minutos céleres, repletos e belíssimos, que fizeram meu corpo querer acreditar que também poderia, além da "microdança" dos elétrons, desempenhar daquela "macrodança"... Mas isso nem era necessário.



Porque o que se viu no palco foi um balé de muita técnica, esforço, espírito de cooperação e desprendimento. Mais que isso: cheio de energia, verdade e responsabilidade com a mensagem transmitida.

Sim, havia uma mensagem, pulsante e viva, se desenhando em nossa frente como nem mesmo a melhor narrativa faria a mais imaginativa mente plasmar. Porque só ali havia outras pessoas, cada uma lançando sua energia, dando sua insubstituível contribuição, reproduzindo a mesma harmonia que os elétrons de um átomo pode, divinamente, realizar. Divinamente, dançar.

Porque podemos viver, por viver; cantar, por cantar; dançar, por dançar.

Mas podemos viver para amar, cantar para edificar e dançar para buscar mais uma forma de concretizar o belo-bom. De “artefazer o belo-bom”.

Qual é a sua escolha?

Trancar a dança ou fazer também dela um instrumento útil?

Está sendo muito bem cumprido por centenas de trabalhadores espalhados pelo Brasil o papel de viver essa arte – que não é mera opção, mas a própria apreensão do movimento Divino que domina o mundo e a vida – de uma maneira especial, com a transmissão de uma boa mensagem, no compartilhamento salutar com as almas que entram a vibrar nessa mesma harmonia.

É nossa escolha utilizá-la para dar vazão à nossa energia de maneira adequada e útil.

É mais que nossa escolha. É nosso compromisso.

Meu abraço fraternal e reconhecido a todos os companheiros do movimento espírita que se dedicam, suavemente, a auxiliar que muitas pessoas possam viver a dança numa intenção renovada e sublimada. E ajudam, também, que pessoas duras, como eu, possam, de olhos abertos, enxergar que tudo é dança. E que todos podemos.

domingo, 26 de maio de 2013

Barco da Vida (música)




BARCO DA VIDA

Porque vinha sendo a vida como um barco que corria sem saber
Nem pra onde ia e a deriva ele descia, ia chegar
Onde não sabia e o destino veio pra sua atenção chamar
Sem a mão no remo não vem sendo um bom jeito de se navegar

Pois sei que não se vive como se o amanhã pudesse
Vir com qualquer coisa e um por quê já não houvesse
Sei que viver é muito mais do que só bom um passeio
Vento que traz a cor da paz quando eu encontro um meio

De olhar pra cima e ver que tudo é mesmo certo
Mundo é tão perfeito quando eu olho de perto
Vendo que há em tudo por trás uma mão que orienta
Meu navegar e eu posso bem mais quando firmo nessa senda

sexta-feira, 1 de março de 2013

Para "Santa Maria"

Depois daquele dia

Música feita para os amigos e familiares das vítimas do incêndio ocorrido na cidade de Santa Maria em janeiro de 2013.



DEPOIS DAQUELE DIA
O vento sopra sereno ao redor
O céu ainda é azul
Duras são a lembrança e a dor
Por dentro, imenso amor

Antes, um vai e vem sem pensar
Agora, silêncio e pesar
Da pressa, do jeito de não se importar
Lembrança tomou o lugar

Anjos subiram ao céu e eu vi
Sobre os que ficam uma flor cair
De esperança, por crer no amanhã
Por eles, por nós, pelo céu, por amor

Naquele dia uma noite se fez
Cheia de estrelas, todas de uma vez
Dizendo: “até breve, no dia depois
De amanhã seremos de novo, nós dois”.
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Hoje em doce lembrança senti
De todos sou um irmão
Agora, naquilo que posso de mim
A eles estendo minha mão